> Impressionismo

O impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do séc. XX.

Os pintores impressionistas procuraram, com base na observação direta do efeito da luz solar sobre os objetos, registrar em suas telas as constantes alterações que essa luz provoca nas cores da natureza. Na realidade, não houve nenhuma teoria que orientasse a criação artística desses pintores. Havia apenas algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista. Essas considerações podem ser assim resumidas:

  • A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
  • As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar as imagens.
  • As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
  • Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz um impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
  • As cores e tonalidade não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros, em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final, através da chamada mistura óptica.
Cores Complementares
Cores Complementares

O pintor Edouard Manet (1832-83) é considerado o principal precursor do impressionismo. Sua carreira foi marcada por alguns desafios à crítica conservadora da época. É verdade que a maioria de suas obras não se afastava das normas clássicas da pintura acadêmica. No entanto, alguns de seus quadros provocaram grandes polêmicas como, por exemplo "Almoço na Relva" (1863).

Almoço na Relva, de Édouard Manet
Almoço na Relva, de Édouard Manet

Sua obra foi importante na medida em que inovou a pintura, dando-lhe uma luminosidade mais intensa e que já começa a explorar os efeitos da luz natural sobre uma cena a ser retratada, como em "O balcão" (1868-69).

A 1ª vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, e abril de 1874. O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiro quadro de Monet, "Impressão, nascer do sol", por causa de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e

escritor Louis Leroy que, de forma pejorativa sugeriu que aquele estilo era apenas a "impressão" de arte.

A grande preocupação de Claude Monet (1840-1926) são as pesquisas com a luz solar refletida nos seres humanos e na natureza. O quadro "Mulheres no jardim" (1866-67) já mostra o entusiasmo do artista pela pintura ao ar livre. Um bom exemplo dessa preocupação de Monet pelo registro dos efeitos da luz pode ser observado na série de quadros que pintou da Catedral de Rouen. O artista pintou-a em vários momentos do dia, registrando assim as diferentes impressões que as pedras, arcos, torres, e vitrais da construção lhe causavam, como visto em "Catedral de Rouen ao amanhecer" e "Catedral de Rouen em pleno sol" (1894).

Pierre Augustre Renoir (1841-1919) foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do séc. XIX. Exemplo disso é o "Baile no Moulin de La Galette", 1876, em que as pessoas movimentam-se numa atmosfera feliz de cores e sorriso. Ele também manifesta claramente sua adesão ao movimento impressionista com "La Grenouillière", 1869, onde ele retrata uma cena segundo a impressão determinada pela luz solar num momento efêmero de um dia alegre. Podemos observar aí um dos princípios do Impressionismo: as manchas coloridas unidas visualmente pelo observador compõem um todo percebido como uma reunião festiva.

Apesar de ter feito parte do grupo dos impressionistas, Edgar Degas (1834-1917) teve no movimento uma posição muito pessoal. Sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres, pintor francês neoclássico, fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadro são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, apreender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Exemplo disso são suas telas com bailarinas, tais como "O ensaio", "Ensaio de Balé no palco", "Quatro bailarinas em cena", e "O foyer de dança no Ópera", 1872, em que vemos a leveza dos movimentos, a delicadeza das cores em tons pastel e a sutileza do desenho.

Em 1886 realizou-se a ultima exposição coletiva de impressionistas. Dela participou um pintor que daria uma nova tendência ao movimento:

Georges Seurat (1859-91), principalmente, acabou reduzindo as pinceladas a um sistema de pontos uniformes. Essa técnica foi chamada de Pontilhismo, ou Divisionismo, onde cabe ao observador percebê-las como um todo plenamente organizado. Seus quadros mais famosos são "Tarde de domingo na Ilha de Grande Jatte", 1884-86, e "O circo", 1891.

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